Hans Staden e os canibais tupinambás

Hans Staden foi um aventureiro alemão do séc. XVI, que naufragou na costa brasileira e foi capturado por por uma tripo de canibais, mas escapou de ser o banquete pela covardia demonstrada...
“A verdadeira história dos selvagens, nus e ferozes devoradores de homens, encontrados no novo mundo, a América, e desconhecidos antes e depois do nascimento de cristo na terra de Hessen, até os últimos dois anos passados, quando o próprio Hans Staden de Homberg, em Hessen, os conheceu, e agora os traz ao conhecimento do público por meio da impressão deste livro.”
A frase acima é o pequeno título do livro de Hans Staden sobre sua viagem ao Brasil, nos idos de 1549…
 
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Hans Staden foi um aventureiro alemão do séc. XVI, que naufragou na costa brasileira, nos primeiros anos da colônia, e foi capturado por por uma tripo Tupinambá. Os índios queriam comê-lo, morto e assado, como faziam com seus inimigos, contudo, Staden escapou de ser o banquete pela covardia demonstrada. O sujeito chorava tanto e tinha tanto medo de ser comido, que os índios, acreditando que as qualidades e defeitos passavam pela antropofagia, desistiram de comê-lo. Seus relatos foram publicados em livro em 1557, fazendo grande sucesso na Europa, e estão dentre os principais documentos sobre a fundação do Brasil.
Monteiro Lobato editou em 1925 uma tradução do livro “A verdadeira história dos selvagens, nus e ferozes devoradores de homens…” e, 1927, lançou também o livro “As Aventuras de Hans Staden”, trazendo para a literatura infantil uma versão dos relatos do aventureiro alemão. Neste caso, Dona Benta, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, conta as histórias de Hans Staden aos seus netos.
 
hans staden monteiro lobato
 
Há também a compilação do livro e de outros relatos que foi publicado no Brasil com o nome “Hans Staden, duas viagens ao Brasil”, sobre a primeira viagem em 1548 e a volta do explorador alemão em 1549, quando naufragou e foi capturado pelos canibais tupinambás. 
 
hans staden duas viagens
 
São muitas as edições em português e “Hans Staden” virou filme em 1999, dirigido por Luiz Alberto Pereira, falado em tupi-guarani.
 
hans staden filme
Em 1970, Nelson Pereira dos Santos filmou “Como Era Gostoso Meu Francês”, cujo roteiro tinha como principal referência a história de Hans Staden. 
 
como era gostoso o meu frances 1970
 
“Não o fazem por fome, mas por ódio e inveja, e quando combatem na guerra gritam um para o outro: para vingar a morte de meus amigos, estou aqui; tua carne será hoje, antes que o sol entre, meu assado.”
Hans Staden
 
O relato de Hans Staden é um dos primeiros sobre o Brasil, mais que um documento histórico, é uma preciosidade antropológica. Incrível.
 

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